A tecnologia blockchain, popularmente conhecida por apoiar as moedas digitais e, diante do sucesso delas, se tornar muito atrativa à comunidade de tecnologia, se baseia em registros descentralizados e imutáveis num formato chamado de bloco, com alguns componentes criptografados:

a. Cabeçalho

– hash, uma chave digital que o identifica;

– hashback, o hash do bloco que lhe deu origem;

– complementos, como data da criação,  versão da tecnologia com a qual foi criada, nível de dificuldade para ser encontrado (minerado) e outros de teor técnico, sem interesse nessa matéria

b- Corpo

– tamanho do conjunto de transações;

– transações do bloco, indicadas pela origem, destino e valor transacionado

Essa estrutura, onde cada bloco é vinculado a um só bloco que o origina, permite a construção de uma cadeia de blocos (daí o nome blockchain) similar à de uma árvore típica, onde cada galho nasce de um só galho mas pode originar vários outros.

Um bloco do blockchain pode ser esquematizado como abaixo, onde os valores são meros exemplos representados por números, palavras ou siglas não criptografados.

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Bloco: [hash do bloco101]

Bloco anterior: [Hash do Bloco 088]

Merkle Root: [Hash da Raiz das Transações]

Timestamp: [2024-11-28] 

Dificuldade: [Nível]

Tamanho das transações: [783]

Transações:

 – T 1: Carlos -> Mário (5 BTC)

 – T 2: Aldo -> Gildo (3 BTC)

  . . .

  . . . 

 –  T 37: Neusa -> Carmen (7 BTC)

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Esta visualização sugere que o bloco  [101| . . . ]  foi originado no bloco [088| . . . ]. 

Com essas características, o blockchain propicia o registro seguro, transparente e rastreável de um conjunto de transações em cadeias como as de suprimentos, finanças, fabricação etc. onde o  criptografia avançada:

– elimina nós intermediários que elevam o custo e o prazo dos processos;

– dificulta fraudes como roubos de informações, inclusão/ exclusão indevidas de registros, alterações ilegais de dados etc.

– facilita a opção de contratos executáveis sem intervenção humana, como nos pagamentos online;

– permite a representação de ativos físicos (imóveis, obras de arte, direitos) ou digitais dando-lhes maior liquidez e acesso ao mercado;

– aumenta a inclusão de pessoas nos mercados financeiros que usam criptomoedas e serviços baseados em blockchain.

Para conseguir um nível de adoção mais elevado, o blockchain enfrenta alguns desafios:

– escalabilidade, pois a variação do número de nós e transações da cadeia pode ser explosiva, como nas redes Bitcoin e Ethereum e a velocidade necessária nas transações pode exigir poderes de armazenamento e processamento em grandes dimensões;

– consumo de energia, proporcional à escala das redes na nuvem; a rede BitCoin, por exemplo, usa o mecanismo Proof of Work (PoW) que confere continuamente a participação de cada bloco no andamento das transações o que exige muito poder de computação que por sua vez, exige muita energia; há opções como Proof of Stake (PoS), usado na Ethereum, que simplificam aquele mecanismo e exigem menos energia;

– regulação e conformidade exigem constantes adaptação das redes blockchain às instáveis regras e leis dos países, relativas à privacidade dos usuários e proteção das informações

– custo de implementação e integração a sistemas vigentes exigindo alta especialização técnica e grandes investimentos;

– adoção hesitante, devido a incertezas sobre a tecnologia, que ainda atua em nichos e fatores sócio culturais;

– transparência X privacidade é um embate que gera preocupações nos governos, instituições e pessoas pois as informações podem ser acessadas publicamente, apesar das transações serem criptografadas e pseudônimas;

– Interoperabilidade restrita pela falta de padronização nas redes blockchains.

Mesmo transformando finanças, saúde, logística, governança digital etc. o blockchain tem desafios técnicos, regulatórios e culturais. Sua maior adoção esbarra em exigências de escalabilidade, falta de regulação clara e de confiança no seu potencial e investimentos pesados. Empresas que a exploram precisam entender tais desafios e desenvolver soluções que, neste contexto, aproveitem o seu potencial e suas oportunidades.

Walmart, IBM, Nestlé, Maersk e Microsoft são empresas das 50 maiores nos EUA que usam ou fornecem plataformas baseadas em BlockChain. No Brasil, a BTG Pactual é sua usuária com a plataforma Mynt, para negociação de BitCoin.

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