“Developers play a crucial role in modern companies”. O artigo (https://dzone.com/articles/how-and-why-the-developer-first-approach-is-changing) começa com esta observação. Muito importante. O desenvolvedor (de software) não é mais visto como um técnico especializado que produz programas, mas como peça chave na empresa.

Fala-se hoje da infraestrutura digital da empresa, da arquitetura do software, de escalabilidade, resiliência e flexibilidade. O ambiente digital ficou mais complexo, com múltiplos micro serviços interagindo, vários tipos de bancos de dados, e mudanças contínuas. O desenvolvedor hoje está em todas as etapas da digitalização, desde a análise e definição de requerimentos até a entrada em operação, passando pelo desenho da arquitetura do software, codificação, automação da entrada em produção e avaliação de performance. O desenvolvedor tem que entender a empresa, as necessidades, o que pode ser feito, e o que pode ser sugerido para melhorar o desempenho ou lançar novas atividades.

Diferente do CIO, que define com seus pares a estratégia e a política da empresa, o desenvolvedor tem o papel de traduzir as diretrizes em arquiteturas, em cadeias de trabalho (DevOps = desenvolvimento + operação), em projetos, e implementá-los. Tem que fazer isso com agilidade. O que não significa adotar ferramentas pesadas e burocráticas, e sim conduzir a equipe no ritmo adequado, lidando com as contínuas mudanças dos sistemas, das tecnologias, dos requerimentos.

Tem que conhecer as ferramentas em uso, e pensar sempre em automatizar os processos da empresa e os da TI: “infrastructure as code” por exemplo. Tem que lidar com a quantidade e complexidade dos bancos de dados, transformando a modelagem antiquada (SQL, hierárquicos…) em sistemas flexíveis e responsivos. Tem que estar atento a novas tecnologias e avaliar seu uso, como uma espécie de curador de ferramentas de TI. Tem que avaliar o desempenho (“observabilidade”), riscos, incidentes e tomar providências de minimização.

Por isso, sim, seu papel é crucial em empresas modernas.  E este é mais um passo no caminho para a profissionalização do desenvolvedor de software.

Com o progresso e os resultados, a definição do profissional de desenvolvimento de software vai ficando mais clara. As atribuições são todas estas. As competências necessárias, partindo da formação em Ciência da Computação e conhecimento do mercado de TI e dos produtos existentes vão formando o quadro do que se espera de um profissional desenvolvedor. Falta ainda encontrar um nome adequado para esta profissão, que não é uma engenharia, nem arquitetura. É especial.