Ou melhor, a simplicidade vem com a experiência. Profissionais jovens procuram soluções que usam métodos ou tecnologias avançadas e utilizar o que aprenderam recentemente. Profissionais experientes valorizam a simplicidade. Em qualquer área, mais ainda na TI, software

Quando surgiu o computador, o mercado logo percebeu a TI como uma campo difícil, complexo, que precisa de muita competência. Esta imagem se fixou, continua até hoje. Daí a explosão do software pronto a partir do final dos anos 70. E também a explosão de ferramentas para os próprios desenvolvedores, ferramentas que promovem um desenvolvimento mais rápido, comunicação entre membros de equipe, gestão de projetos, etc. 

O mercado de software “deu certo”, permitiu a muitas empresas ganhos enormes. Continua até hoje. Mantendo esta “aura” de complexidade, dificuldade, custo. O que leva as empresas a adotarem cada vez mais soluções prontas, fugindo do software desenvolvido sob medida. Hoje é comum empresas de grande porte gastarem fortunas com software, metodologias e treinamento em TI.

Conseguem resultados, em geral a um custo alto. E um tempo considerável para estabilizar o uso do software adquirido. Continuam a investir em soluções complexas, “integradas”, gastam muito na adaptação da ferramenta à empresa ou vice versa. Acabam dependendo destas ferramentas, destes softwares, para sua operação. São clientes cativos.

Para fazer software é necessário um computador, uma linguagem de programação e um editor de texto. Tenho visto cada vez mais profissionais com longa experiência desistirem do uso de ferramentas pesadas e caras e trabalhando com um mínimo. Afinal de contas, a idéia básica do computador, implantada em todos os que usamos hoje, a idéia da máquina de Von Neumann, é simples. 

O ideal é manter a simplicicade no software desenvolvido, evitar caminhos difíceis, evitar a dependência de ferramentas prontas que acarretam trabalho e custo de suporte.

Cuidado, simplicidade não significa facilidade. É preciso ter uma boa experiência, ter passado por vários casos, ter desenvolvido soluções complexas, para começar a valorizar as soluções simples, que resolvem diretamente um problema, que não exigem recursos adicionais, que tem manutenção e evolução fácil. Dá trabalho ser simples, mas o benefício vem depois: melhor performance, muito menos necessidade de suporte, melhor adequação do software à empresa, mais fácil adaptação do software à evolução do mercado e da empresa.